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História

    Em primeiro lugar vou me apresentar a vocês. Assim como muitos wiccanos, eu sigo a Linhagem da Tradição Wicca. A minha família faz parte de um monte de religiões, apesar disso eu fui criada em uma família por parte de pai, onde estes seguem a Wicca, enquanto por parte da minha mãe seguem o Cristianismo. Eu sou de nacionalidade australiana, mas gosto muito de conhecer os outros lugares e cidades externas fora do meu país. Aprendi a falar e escrever em português com a minha mãe, na época ela estava cursando Letras e ela se formou em português e inglês.
     A minha bisavó me contava sobre a história antiga das bruxas que foram perseguidas e queimadas, por que fazemos os rituais e celebrações da Roda do Ano, o que elas significam e tudo que envolve a Wicca com a arte antiga. Com o tempo, a minha bisavó morreu, então a minha avó mais o meu pai continuaram com as mesmas histórias que a minha bisavó contava.
     Algumas semanas depois eu decidi me mudar para o Brasil, conhecer a cultura e o lugar, estudar um pouco aqui e adorei ficar aqui. Eu estou aqui desde 2009, agora estamos em 2016 e assim sucessivamente, mas voltarei em 2020 para a Austrália e ficarei no meu país por um longo tempo até ter a chance de voltar aqui de novo ou talvez ir para a Europa.
     Como eu cresci em uma família wiccana, eu também me tornei uma, mas não por ser obrigatória, eu cresci seguindo a minha família e a religião Wicca durante muito tempo e como já estou acostumada em realizar e seguir a Wicca, então decidi adotar e continuar passando de geração a geração. Pode ser que algum dia, uma pessoa decida seguir outra religião, mas até lá, é bom saber que agora não há muita perseguição como antigamente.
     A outra parte da minha família segue religiões como o Catolicismo, Evangelismo, Espiritismo, Budismo, Candomblé, Umbanda e Hinduísmo. Não me identifiquei muito com cada uma delas, mas isso não quer dizer que não as respeito, muitas religiões tem algo em comum, ou seja, todos nós acreditamos em um Deus específico. Acredite, não foi fácil nos séculos XIX até o início de XXI para a minha família que segue a Tradição Wiccana durante muito tempo, alguns já foram até perseguidos.
     Apesar de sermos diferentes, não foi fácil no começo conviver em uma família que possui diferenças em questões religiosas e culturais, mas na cultura mesmo nunca mudamos.


Introdução


     É muito importante vocês saberem a origem da sua religião, no meu caso por exemplo sigo a religião wiccana da arte antiga, onde se acreditam nos princípios naturais e espirituais, ligado também ao poder e a magia(mas não igual a dos filmes e séries, eles tiram um pouco a verdadeira história wiccana). Tenham uma boa leitura Wiccanos!
     A palavra wicca tem como seu significado a palavra bruxa, antigamente o nome wicca ainda não foi adotada, mas depois a palavra bruxa mudou para wicca para que não houvesse mais conflitos e escondessem a identidade de todos os bruxos. Mesmo assim, voltamos para a época antiga onde a Wicca já era praticada. A Wicca é uma religião neopagã influenciada por crenças pré-cristãs da Europa Ocidental que afirma a existência do poder sobrenatural(como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que interagem com a natureza, celebra os ciclos da vida e os festivais sazonais conhecidos como Sabbats(em português: Sabás).
     Os Sabás ocorrem normalmente oito vezes por ano. Autores como Alex Sanders referem-se a ela como religião natural, a mais arte antiga do mundo. É muitas vezes referida como Witchcraft(em português: Bruxaria) ou The Craft(em português: O Ofício) por seus seguidores, que são conhecidos como Wiccanos ou Bruxos. Suas origens contestadas residem na Inglaterra(início do século XX), mas foi popularizada nos anos 50 por Gerald Gardner, que na época chamava a religião de culto às bruxas(ocultismo) e bruxaria(seguidores= Wicca). A partir dos anos 60 seu nome foi normalizado para Wicca.
     A Wicca é uma religião politeísta, de culto basicamente dualista, tradicionalmente crê na Mãe Tríplice e no Deus Cornífero, ou religião matriarcal de adoração à Deusa Mãe. Estas duas deidades são muitas vezes vistas como faces de uma divindade panteísta maior, ou que se manifestam como várias divindades politeístas. A Wicca também envolve a prática ritual da magia, em grande parte influenciada pela magia cerimonial do passado, muitas vezes em conjunto com um código de moralidade liberal conhecida como a Wiccan Rede, embora não seja uma regra. Algumas tradições adoram o celta Cernuno, símbolo da virilidade, e por vezes seja confundida com Satanismo, os wiccanos não creem em Lúcifer ou Satã.
     Existem diversas tradições dentro da Wicca. Algumas, como a Wicca Gardneriana e a Alexandrina, seguem a linhagem iniciática de Gardner, ambas são frequentemente denominadas de wicca tradicional britânica, e muitos dos seus praticantes consideram que o termo Wicca possa ser aplicado unicamente a elas. Outras, como o Cochranianismo, Feri e a Tradição Diânica, tomam como principal influência outra figuras e não insistem em qualquer tipo de linhagem iniciática.
     Algumas desta tradições não usam o termo Wicca e preferem o termo Bruxaria, enquanto outros creem que todas estas tradições podem ser consideradas wiccanas.





Origem e Crescimento, 1921-1959



     Na década de 1970, a literatura Wicca também cresceu, e muitos livros ensinam as pessoas a se tornarem bruxos sem iniciações formais, estes livros começaram a ser publicados em grandes quantidades pelo mundo, como o Mastering Witchcraft(1970) de Paul Huson, um manual Faça você mesmo que se tornou muito famoso e influenciou novos bruxos. Livros da mesma ordem continuaram a serem publicados em meados dos anos 80 e anos 90, com a autoria de nomes como Doreen Valiente, Janet Farrar, Stewart Farrar e Scott Cunningham, que popularizou a ideia de auto-iniciação ao Ofício com seu Wicca: Um Guia para o Praticante Solitário(1998).
     Nos anos 90, as poucas das pioneiras comunidades wiccanas no Brasil procuravam se solidificar em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, fazendo conexões com associações europeias a fim de regulamentar a religião Wicca no País. A partir de então, a Wicca e a Bruxaria em geral têm crescido expressivamente no Brasil, especialmente em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, nos dias atuais. O primeiro livro traduzido do inglês para o português trazendo o termo wiccaniano(a) foi Wicca: A Feitiçaria Moderna, da autora Gerina Dunwich. Posteriormente outros livros traduzidos passaram a apresentar o termo wiccano como uma alternativa para a palavra inglesa wiccan, termo usual para designar um adepto da religião em questão naquele idioma.
     Na década de 90, a Bruxaria ganhava novos adeptos se expandindo cada vez mais, então foram surgindo filmes como Jovens Bruxas(1996), dirigido por Andrew Fleming e seriados como Charmed(1998-2006), introduzindo aos jovens uma ideia da religião bruxa, mas, criticando a forma como a Wicca veio sendo encarada desde então como a moda, Ecletismo, e sendo engajada em movimentos como a Nova Era, muitos bruxos, notavelmente Andrew Chumbley, voltaram-se para a Antiga Tradição de Gardner, como uma forma de levar a sério o Ofício.


Etimologia



     O termo Wicca foi primeiramente aceito nas décadas de 1960 e 1970 como parte da religião Wicca da época. Antes disso, o termo Witchcraft era utilizado de forma mais histórica e ampla. Apesar de baseada na palavra Wiccian do inglês antigo, que se referia apenas e exclusivamente aos feiticeiros(Sendo wicca utilizada para se referir às feiticeiras do sexo feminino), o indivíduo real que cunhou o termo Wicca é desconhecido, embora especula-se que tenha sido Charles Cardell, muito certamente na década de 1950. Gardner usava a palavra wiccian com o sentido de jogar com a sorte.
     Nos dias de hoje, trata-se o praticante da religião através da sua linhagem tradicional. Assim, ao invés de dizer que alguém é Bruxo ou Wiccano ou Wiccaniano ou Wiccan, trata-se o praticante da religião como Gardneriano, Alexandrino, Georgino, etc. Para que estas situações se resolvam por vez.

Demografia


     Não se sabe oficialmente o número de wiccanos no mundo inteiro e constatou-se que é mais difícil estabelecer o número de membros de religiões neo-pagãs do que de qualquer outra religião devido à sua estrutura familiar ou clãsO site independente Adherents.com, no entanto, que se dedica a informar demografias religiosas pelo mundo, cita mais de trinta fontes com as estimativas do número de wiccanos(principalmente nos EUA e no Reino Unido). A partir daí, eles desenvolveram uma estimativa de 800 mil adeptos. Comparando o número de adeptos estado-unidenses na década de 1990 até 2001, houve um aumento com cerca de 126.000 membros.
     De maneira curiosa, 1.434 pilotos da Força Aérea dos Estados Unidos se identificam como wiccanos, tornando a Wicca a maior religião não-cristã(mas também não anticristo) dentro dessa comunidade.
     No Brasil, de acordo com o gráfico mostrado, até o ano de 2000, haviam cerca de 10.000 a 50.000 wiccanos, embora não haja uma diversificação entre a Wicca e as outras tradições neopagãs. Isso fez com que no Censo 2000os wiccanos fossem inclupidos nos grupos de outras religiões e Religiosidade não Determinada. De qualquer forma, desde a década de 1990 a Wicca, ou a Bruxaria em geral, têm crescido muito no país, especialmente em BrasíliaRio de JaneiroSão Paulo e em algumas cidades do Nordeste.
     De 2000 à 2010religião Wicca teve um crescimento absurdo e, por mais que no Censo 2010 realizado pelo IBGE, a religião Wicca, o Paganismo e o Neo-paganismo não tivessem sido incluídos na relação das religiões existentes no país, pode-se dizer que muitos dos seguidores das religiões pagãs e neo-pagãs, como é o caso da religião Wicca, foram distribuídos entre as tradições esotéricas(74.013 seguidores), outras religiões(11.306 seguidores) ou religiosidade não determinada/mal definida(628.219 seguidores).
     Contudo, como já foi mencionado acima, existem vários segmentos dentro do paganismo e do neo-paganismo, mas sendo a Wicca a religião que mais tem crescido no Brasil dentre as demais religiões pagãs e neo-pagãs, principalmente por conta de sua constante presença nos diálogos inter-religiosos de nosso país, a coloca também como a de maior expressão, conseguinte, a de maior número junto às demais, pegando uma fatia de pelo menos 2/5 de praticantes diretos e indiretos          Desta forma, de acordo com alguns levantamentos, há uma estimativa de que haja em torno de 250 mil à 300 mil seguidores da religião Wicca no Brasil. Isso não significa que sejam todos Sacerdotes ou Sacerdotisas, mas também seguidores da religião. Contudo, cabe lembrar mais uma vez que estes números são baseados em estimativa, uma vez que ainda não temos no Censo Demográfico realizado pelo IBGE a opção Wicca, Paganismo ou Neo-Paganismo.
     No Reino Unido, da mesma forma, os censos não permitem uma separação dentro do contexto pagão, fazendo com que os wiccanos sejam marcados ao lado de outras tradições neo-pagãs como a dos druidas e dos heathens através de um acordo em comum realizado em 2001. Recentemente, pela primeira vez os entrevistados foram capazes de se inscrever numa afiliação não abrangidos pela lista comum das religiões, e um total de 42.262 pessoas da InglaterraEscócia País de Gales se declararam pagãos por método.
     Estes valores não foram imediatamente analisados pelo Instituto Nacional de Estatística, mas foram liberados após um pedido da Federação Pagã da Escócia.


Crenças


     As crenças Wicca variam muito entre as diferentes tradições. No entanto, existem vários pontos em comum entre esses diferentes grupos, que geralmente incluem pontos de vista sobre teologia, vida após a morte, magia e moralidade.


Teologia


     Embora as opiniões sobre a teologia da Wicca sejam variadas, a grande maioria dos Wiccanos veneram tanto um Deus quanto uma Deusa. Essas duas divindades são entendidas de várias formas através de perspectivas do Panteísmo(como os aspectos duais de uma única divindade), duoteísmo(como dois pólos opostos) ou o politeísmo(sendo composta por muitas divindades menores).Em algumas concepções panteístas e duoteísticas, divindades de diferentes culturas podem ser vistas como aspectos da Deusa ou do Deus.
      A tradição de Gardner prega que Deus Cornífero é associado à morte, caça e magia, um deus que reina sobre um paraíso pós-mundo (às vezes referido como Summer land), enquanto que a Deusa Mãe (simultaneamente a Virgem Eterna e a Feiticeira Primordial)  é associada ao amor pela vida e à regeneração e ao renascimento das almas dos mortos.
     No entanto, existem também outros pontos de vista teológicos a serem encontrados dentro da Bruxaria, incluindo omonoteísmo, o conceito de que há apenas uma divindade, que é visto por alguns, como no Dianismo, como a Deusa, enquanto que para outros é um ser sem gênero como naChurch and School of Wicca. Existem outros que são ateusou agnósticos, que não acreditam em qualquer divindade real, mas veem os deuses como arquétipos psicólogos da mente humana que podem ser evocados.
     De acordo com a bruxa Janet Farrar e com Gavin Bonea Wicca está se tornando cada vez mais politeísta à medida que amadurece, ao mesmo tempo que também abraça uma cosmovisão pagã mais tradicional. Para Janet e Stewart Farrar, que apoiam uma visão panteística, duoteística e animista da teologia, Wiccanos veem todo o cosmos como vivo, como um todo e em todas as suas partes, mas que tal visão orgânica do cosmos não pode ser totalmente expressa e vivida, sem o conceito de Deus e Deusa.Não há manifestação sem polarização, assim, ao mais alto nível criativo, que da Divindade, apolarização deve ser o mais claro e poderoso de todos, refletindo e espalhando-se por todos os níveis microcósmicos.


O Deus e a Deusa


     Para a maioria dos Wiccanos, o Deus e a Deusa são vistos como polaridades complementares no universo, existindo um equilíbrio entre um e outro, e desta forma têm sido comparados com o conceito de yin e yang, encontrado no Taoísmo. Como tal, são muitas vezes interpretados como sendo encarnações de uma força de vida manifesta na natureza, com alguns Wiccanos acreditando que eles são simplesmente símbolos dessas polaridades, enquanto outros acreditam que o Deus e a Deusa são seres verdadeiros que existem de forma independente. Às duas divindades são dadas frequentemente associações simbólicas, com a Deusa comumente sendo simbolizado como a Terra(a Mãe Terra), mas também honorando a Lua, a qual complementa o Deus, visto como o Sol.

¨Os Deuses são reais,e não como pessoas,mas como veículos de poder.Resumidamente,pode-se dizer que a personificação de um tipo particular de energia cósmica,sob a forma de um deus ou deusa,realizado por fiéis e devotos ao longo dos séculos,cria uma forma de Deus ou imagem mágica em uma potente realidade nos Planos Internos,e torna-o um meio pelo qual esse tipo de poder cósmico pode ser contatado.¨
                            Gerald Gardner

     Tradicionalmente, o Deus é visto como um Deus Cornífero, associado com a natureza selvagem, a sexualidade, a caça e o ciclo de vida. Ao Deus Cornífero é dado vários nomes de acordo com a tradição, e estas incluem Cernuno, Pã, Atho e Karnayna(Eu sei que o conteúdo parece repetitivo, mas para que entendam é preciso estudar mais e mais para conhecer a história e a origem da wicca e paganismo). Embora este valor não seja igualado com a figura tradicional de Satã, que é visto como sendo uma entidade dedicada ao mal no Cristianismo, uma pequena minoria de Wiccanos, de acordo com as acusações dos julgamentos históricos de bruxas, referem- a seu Deus Cornífero com alguns dos nomes de Satanás, como Diabo ou como Lúcifer, um termo latino que significa portador da luz. Em outras ocasiões, o Deus é visto como o Homem Verde, uma figura tradicional na arte e da arquitetura européia, e muitas vezes interpretado como sendo associado com o mundo natural. O Deus é frequentemente descrito como um Deus Sol, em especial no festival de Litha, ou o solstício de verão. Outra representação de Deus é a do Rei Carvalho e o Rei Azevinho, aquele que governa a Primavera e o Verão, esse que governa o Outono e o Inverno.
     A Deusa é geralmente retratada como uma Deusa Tríplice, sendo assim uma divindade triádica composta de uma deusa virgem, uma deusa-mãe e uma deusa anciã, cada um dos quais tem associações diferentes, ou seja, a virgindade, a fertilidade e a sabedoria. Ela também é comumente descrita como uma Deusa Lua, e muitas vezes é dado o nome de Diana(que por um acaso é o meu nome verdadeiro)após a divindade romana.
     Alguns wiccanos, especialmente a partir da década de 1970, têm visto a Deusa como a mais importante das duas divindades, que é pré-eminente de que ela contém e concebe tudo. A este respeito, o Deus é visto como a centelha de vida e inspiração dentro dela, ao mesmo tempo seu amante e seu filho. Isto se reflete na estrutura tradicional do coven. Para uma forma monoteísta da Wicca, o Dianismo, a Deusa é a divindade única, um conceito que tem sido criticado por membros de outras tradições mais igualitárias.
     O conceito de ter uma religião e venerar um Deus Cornífero acompanhado de uma Deusa tinha sido elaborado pela egiptóloga Margaret Murray durante a década de 1920(aqui voltamos a falar mais sobre essa egiptóloga). Ela acreditava que, com base em suas próprias teorias sobre os primeiros ensaios da bruxaria moderna na Europa, que essas duas divindades, mas principalmente o Deus Cornífero, tinha sido adorado por um culto bruxo, desde que a Europa Ocidental sucumbiu ao Cristianismo. Embora amplamente desacreditada, Gerald Gardner foi um defensor de sua teoria, e acreditava que a Wicca foi uma continuação do histórico culto bruxo, e do Deus Cornífero e da Deusa, eram, portanto, antigas divindades das ilhas britânicas. A sabedoria moderna refutada as suas pretensões, porém vários diferentes deuses corníferos e deusas mãe eram de fato adorados nas ilhas britânicas durante os períodos antigo e medieval.


Panteísmo, Politeísmo e Animismo


     Existem muitos adeptos da Wicca que acreditam que a Deusa e o Deus são meramente dois aspectos de uma mesma Deidade, às vezes vista como uma deidade panteística, abrangendo, assim, tudo o que existe no Universo. Em seus escritos, Gardner se refere a este ser como o Motor Primordial que permaneceu desconhecido durante os séculos, embora nos rituais da sua tradição chamada Gardnerianismo ele seja referido como Dryghten, originalmente uma palavra que significa Lord(Senhor) na língua inglesa antiga. A partir disso, diversos outros nomes foram dados a este Motor Primordial, Scott Cunningham, por exemplo, chamava-no de ¨O Uno¨.
     Assim como o panteísmo e o duoteísmo, muitos adeptos da Wicca são politeístas, acreditando, assim, que existem diversos deuses existentes. Alguns aceitam a ideia expressa pelo ocultista Dion Fortune de que todos os deuses são um deus, e todas as deusas são uma deusa. Com tal mentalidade, um wiccano pode crer que a germânica Eostre, a hindu Kali, e a cristã Virgem Maria são manifestações de uma Deusa Suprema e, da mesma forma, que o celta Cernuno, o grego Dionísio(foi o nome que dei pro meu cachorro que agora se foi)e o judaico-cristão Yahweh são aspectos de um mesmo Deus Supremo. Numa abordagem estritamente mais antiga da crença politeísta, os deuses e deusas são em seu próprio direito criaturas distintas uma das iutras, não sendo, assim, aspectos nem elementos de uma outra entidade maior. Os escritores wiccanos Janet Farrar e Gavin Bone postularam que a Wicca é cada vez mais tradicional. E como dito anteriormente, os wiccanos concebem as deidades não como personalidades literais, mas como arquétipos metafóricos ou uma tulpa, fazendo com que estes sejam decididamente adeptos do ateísmo.
     Essa visão de ateísmo foi adotada pela Alta Sacerdotisa Viviane Crowley, que também era psicóloga, e que considerava as divindades da Wicca como arquétipos Junguianos que existem no subconsciente e que poderiam ser evocados através dos rituais. Por esta razão, Crowley dizia que:

¨A Deusa e o Deus se manifestam para nós em sonho e em visão¨

     A Wicca é, essencialmente, uma religião imanente, e para grande parte dos wiccanos esta ideia também envolve elementos do animismo. Esta crença diz que a Deusa e o Deus(ou os deuses e as deusas) são capazes de se manifestarem fisicamente, na forma de uma pessoa, ao vivo, sobretudo nos corpos do Sacerdote e da Sacerdotisa, para fornecerem uma mensagem espiritual direta aos integrantes do ritual.


Vida após a morte


     Os rituais wiccanos contêm elementos das lendas de Ishtar(a virgem-mãe da Babilônia, conhecida também como Astarte e Cibele) e de Deméter(a Ceres Romana); tais lendas são interpretadas como um símbolo contínuo de morte e ressurreição.
     Porém, a crença na reencarnação varia entre os wiccanos, embora ela tivesse sido tradicionalmente ensinada na década de 1930 nos New Forest coven. O influente Alto Sacerdote Raymond Buckland escreveu que uma alma humana reencarna nas mesmas espécies durante muitas vidas para aprender lições e progredir espiritualmente, mas essa crença não é universal no mundo da Wicca, uma vez que outros acreditam que a reencarnação da alma acontece em espécies distintas. Contudo, um ditado popular entre os wiccanos é que uma vez bruxo, sempre bruxo, indicando que os wiccanos são reencarnações de bruxas do passado.
     Os wiccanos que creem em reencarnação acreditam que as almas que vivem entre o Outro Mundo e a Terra de Verão, conhecida nas escritas de Gardner como o êxtase da Deusa. Da mesma forma, estes wiccanos acham ser possível se comunicar com espíritos que residem no Outro Mundo através da mediunidade ou do tabuleiro ouija, principalmente durante o Sabbat de Samhain, embora alguns discordem com esta prática, como o Alto Sacerdote Alex Sanders, que dizia: Os mortos estão mortos, deixem-os em paz. No entanto, a crença do contato foi muito influenciada pelo Espiritualismo, ou melhor dizendo o Espiritismo, que estava popular na época do surgimento da Wicca, e na qual Gardner e outros wiccanos como Buckland e Sanders tiveram experiências diretas.
     Apesar de alguns wiccanos acreditarem na vida após a morte, este não é o principal foco da Wicca, nem mesmo para estes grupos. A Wicca tende a se concentrar na vida atual porque, como observou Ronald Hutton: Se alguém faz seu melhor na vida presente, em todos os aspectos, a vida seguinte vai ser mais ou menos benéfica dentro do processo, então pode-se assim concentrar-se no presente.

MAGIA


     Boa parte dos wiccanos creem na magia, uma força que eles veem como sendo capazes de manipulação através da prática de bruxaria ou feitiçaria.
     Alguns a denominam magick, variação cunhada pelo influente ocultista Aleister Crowley, embora esta grafia é mais comumente associada com a religião da Thelema de Crowley do que com a Wicca. De fato, muitos wiccanos concordam com a definição de magia oferecida pelos mágicos cerimoniais, como Aleister Crowley, que declarava que a magia é a ciência e a arte de provocar mudança de ocorrência em conformidade com a vontade, enquanto que outro mágico cerimonial proeminente, MacGregor Mathers, afirmou que era a ciência do controle das forças secretas da natureza.
     Os wiccanos também acreditam que a magia é a lei da natureza ainda incompreendida ou ignorada pela ciência contemporânea, e, como tal, não a veem como sendo sobrenatural, mas sendo uma parte dos super poderes que residem do natural, como escrevia Leo Martello. Alguns seguidores ou chamados de adeptos da Wicca, preferem acreditar que a magia é fazer pleno uso dos cinco sentidos(embora estejam confirmando que agora existem mais do que cinco sentidos) a fim de se obter resultados surpreendentes, ao passo que outros wiccanos não pretendem saber como ela funciona, apenas acreditando que ela funciona.
     A magia na Wicca define-se como a arte de enviar consciência à vontade, em ocasiões respaldando estes pensamentos ou esta fé com objetos como velas, talismãs ou ervas que representem a intenção do Mago Wicca. Símbolos, cores, artefatos, o círculo, movimentos, música e mantras fazem parte  do conjunto fundamental de elementos na magia wicca a fim de se obter o efeito buscado, que varia de grupo para grupo. Scott Cunningham escreveu:
¨O poder pessoal é a força vital que sustenta nossas existências terrenas. Ela move nossos corpos [...]
     Na magia, o poder pessoal é gerado, imbuído de um propósito específico, liberado e direcionado ao seu objetivo.¨

     Os feitiços da Wicca são realizados durante as práticas rituais(estes rituais são explicados de forma melhor na seção Ritual), na tentativa de provocar mudanças reais no mundo físico.(ler também sobre projeção astral). Assim, os feitiços da Wicca geralmente são usados para a cura, a proteção, o banimento de influências negativas e, principalmente, a fertilidade. Os pioneiros da Wicca, Alex Sanders, Sybil Leek e Doreen Valiente, chamavam suas práticas de magia branca, para separá-la da magia negra que é associada ao mal e ao Satanismo. E a magia negra na verdade é ligado às pessoas que praticam magia ou satanismo, mas não wiccano para coisas pessoais e egoístas, elas querem mais e mais. Já a magia branca é aquela magia que é estudada e usada de forma correta, sem pertubações ou egoísmo.
     Sanders utilizava também a terminologia Caminho da Mão Esquerda para descrever a magia maléfica e Caminho da Mão Direita para descrever a magia utilizada e realizada com boas intenções. A terminologia que teve a sua origem foi feita pela ocultista Madame Blavatsky no século XIX. Alguns wiccanos, contudo, alegam que a cor preta não é necessariamente uma associação ao Mal.

Moralidade



     Não existe nenhum dogma moral ou código ético universalmente seguido pelos wiccanos de todas as Tradições, no entanto a maioria segue um código conhecido como a Wiccan Rede que afirma: Sem ninguém prejudicar faz o que tu queresGeralmente, essa frase é interpretada como uma declaração de liberdade para atuar na vida, juntamente com a necessidade de assumir a responsabilidade por aquilo que resulta de nossas ações e minimiza danos a si mesmo e aos outros.
    Outro elemento típico da moralidade wiccana é a 
     
     No poema de Valiente, eles são ordenados em pares de opostos complementares, refletindo um dualismo que é comum em toda a filosofia da Wicca. Quanto à sexualidade, embora Gerald Gardner tivesse demonstrado uma aversão à homossexualidade, alegando que ela derrubasse a maldição da Deusa.

Os cinco Elementos



     Em grande parte das Tradições da Wicca, há a crença nos Quatro Elementos, mas ao contrário da filosofia na Grécia Antiga, elas são vistas como simbólicas em vez de literal, ou seja, são representados por fases da matéria. Esses Elementos são geralmente evocados durante os rituais mágicos da Wicca e nomeados ao se consagrar um círculo mágico.
     
     Tradicionalmente, no Gardnerianismocada elemento é associado a um ponto cardeal da bússola, sendo o ar oriental, o fogo sul, a água oeste e a terra o norte e o Espírito é o Centro, onde nós ficamos no PentagramaNo entanto, alguns wiccanos, como Frederic Lamond, alegaram que os pontos cardeais foram definidos apenas visando a geografia do sul da Inglaterra, onde a Wicca emergiu, e que os wiccanos devem terminar os pontos de acordo com sua região, por exemplo: 

Aqueles que viverem na Costa Leste da América do Norte deve chamar a água do Leste e não do Ocidente, porque o corpo colossal de água, no Oceano Atlântico, é o seu Leste.

     Outros grupos da Craft têm associado os elementos com diferentes pontos cardeais, Robert Cochrane da Clan of Tubal Cain, por exemplo, associava o sul à terra, o fogo ao leste, o oeste com a água e o norte com o ar, onde cada um dos quais eram controlados por um Deus diferente, eram vistos como filhos do Deus Cornífero e da Deusa. Cada elemento também possui uma ferramenta exclusiva nos rituais, sendo a varinha para o ar, o athame para o fogo, o cálice para a água, o pentáculo para a terra e o próprio círculo mágico ou o caldeirão mágico para o Espírito.(Veja mais na página sobre Símbolos e Instrumentos da Bruxa)
     Cada um dos Cinco Elementos são representados por cada ponta do Pentagrama, o símbolo mais utilizado da Wicca, com o Éter ou o Espírito no ponto mais alto.
     Ao que se concede a Todas as Tradições Wiccanas, pode-se dizer que as práticas e os rituais são o foco principal da Wicca
     Até mesmo o historiador e Alto Sacerdote Aidan Kelly clamou que as práticas e experiências da Wicca são atualmente mais importantes que suas crenças, dizendo que a Wicca é uma religião ritualista, e não teológica.O ritual vem primeiro, o mito vem em segundo. Acreditando que os mitos do Ofício reais tal qual o sentido fundamentalista das lendas do Gênesis realmente parece maluquice. E por essa Razão, Adler 


Ritual


     Existem vários tipos de rituais dentro da religião Wicca que são usados para celebrar os Sabás, adorar as divindades ou fazer feitiçaria. Geralmente são realizados em Lua Cheia, ou durante a Lua Nova, que é conhecida como Esbat.
     Nos ritos típicos, o Coven ou os bruxos solitários reúnem-se dentro de um Círculo Mágico. Pode ocorrer a evocação dos Guardiões dos pontos cardeais, ao lado de seus respectivos elementos clássicos: Ar, Fogo, Água e Terra(Assim como o título anterior sobre os Quatro Elementos).Uma vez com o Círculo traçado, podem ocorrer um ritual sazonal, orações ao Deus e a Deusa, ou feitiços a algum tema específico em especial.
     Alguns wiccanos utilizam uma estátua do Deus ou da Deusa complementando os instrumentos da bruxa e honorando a Estátua como se fosse a Deusa, mas não quer dizer que a Estátua seja o Deus/Deusa. Antes de entrar no Círculo, algumas tradições se banham. 
     O Círculo Mágico é de suma importância para a síntese ideológica da coincidência dos opostos e o equilíbrio dos contrários, o Círculo Mágico é traçado às vezes com giz, carvão ou mesmo simbolicamente com a vareta, no chão, e pode ser considerado um baluarte que inclui figuras que correspondem ao triângulo, ao quadrado, ao pentágono, ao hexágono. Em grandes círculos, o Mago pode incluir os nomes das entidades a serem evocadas, ao passo que nos círculos menores, que correspondem aos quatro pontos cardeais, muitas vezes são postas figuras da Cabala e, no centro, mantras ou signos, cujo valor simbólico devem estar de acordo com a potência evocada.
     O Mago nunca deve sair do Círculo Mágico antes do término da operação e geralmente atua com as costas voltadas para o Oriente. Um aspecto sensacional da Wicca, especialmente no Gardnerianismo e na Tradição Alexandrina, e que faz parte dos elementos sexuais que são fundamentais na religião, é despir-se e fazer o ritual com todos os membros nus, prática conhecida como skyclad. A nudez indica o abandono da persona social "em face de um mistério". Outras tradições usam roupas com cordões amarrados na cintura ou até mesmo vestimenta normal. Em certas tradições, a magia sexual é realizada sob a forma do Grande Rito, onde o Alto Sacerdote e a Alta Sacerdotisa invocam o Deus e a Deusa, que se apossam deles, antes de realizarem uma real relação sexual a fim de aumentar a energia mágica da feitiçaria. Em casos mais comuns, no entanto, essa relação sexual é feita simbolicamente, usando o athame como o falo do Deus e o cálice como a vulva da Deusa.

Pintura da Roda do Ano no Museu de Bruxaria, Cornualha, Inglaterra,Reino Unido, exibindo todos os oito Sabás.

A Roda do Ano

     Os Wiccanos celebram diversos festivais sazonais do ano, que são conhecidos como Sabás; estas reuniões são geralmente conhecidas como Roda do Ano e festejam as estações anuais e suas colheitas. (Você pode ver mais em: http://enchantresswicca.blogspot.com.br/p/roda-do-ano.htmlWiccanos mais ecléticos, ou até mesmo os adeptos do Gardnerianismo, celebram um conjunto de oito Sabás, enquanto em outros grupos, como o Clan of Tubal Cain, eles celebram somente quatro. Os quatro Sabás que são comuns a todos esses grupos são conhecidos como cross-quarter day, e geralmente são referidos como Grandes Sabás. Sua origem provém dos antigos celtas das Irlanda, e possivelmente de outras regiões da Europa Ocidental. Nos livros The Witch-Cult in Western Europe (1921)The God of the Witches (1933) da egiptologista Margaret Murray, interessada no histórico Culto Bruxo, ela afirma que estes quatro festivais de cristianização tinham sobrevivido e haviam sido celebrados na religião pagã de bruxaria. Consecutivamente, quando a Wicca começou a se desenvolver na década de 1930 e na década de 1960, muitos grupos, como o de Gerald Gardner, adotaram a comemoração desses quatro Sabás descritos por Murray. Gardner fez uso dos nomes em inglês desses feriados, dizendo que "os quatro grandes Sabás são o CandlemassMay EveLammas, e o Halloween; os equinócios e os solstícios das estações também são celebrados."
     Os outros quatro festivais comemorados por grande parte dos wiccanos são conhecidos como Sabás Menores, que compreendem os solstícios e os equinócios, foram adotados somente em 1958 por membros do coven Bricket Wood, antes de influenciarem e serem adotados por outros membros da tradição de Gardner, e eventualmente a Tradição Alexandrina e o Dianismo. Os atuais nomes desses feriados foram retirados dos festivais do paganismo germânico e do politeísmo celta. No entanto, os festivais não são de reconstrução na natureza nem muitas vezes se assemelham a suas contrapartes históricas, em vez de exibir uma forma de universalismo. As observações dos rituais podem mostrar a influência cultural dos festivais a partir dos nomes que tomaram, bem como a influência de outras culturas independentes.

     Existem diversos ritos de passagem dentro da Wicca. Talvez o mais significante deles seja o ritual de iniciação, através do qual alguém se junta à Craft e torna-se um wiccano.Gerald Gardner alegava que havia um período tradicional de "um ano e um dia" entre o momento em que uma pessoa começa a estudar o Ofício e quando ele é iniciado, embora ele tenha frequentemente quebrado esta regra. Na Wicca tradicional britânica (WTB), a iniciação somente aceita alguém no primeiro grau, e para prosseguir ao segundo grau, o iniciado precisa ir a outra cerimônia, onde se nomeia e se usa as ferramentas do ritual. É nessa cerimônia que o iniciado recebe o craft name, seu nome na Bruxaria. Ao manter o posto de segundo grau, um iniciado na BTW, portanto, é capaz de iniciar outros no Ofício, ou fundar seus próprios covens semi-autônomos. O terceiro grau é o mais alto dentro da BTW, e envolve a participação do Grande Rito, seja real ou simbólico, assim como o ritual de flagelação. Ao realizar esta classificação, um iniciado já é capaz de formar covens que são totalmente autônomos da sua "coven-mãe". 

Ritos de passagem


Wiccanos de mãos dadas numa cerimônia em AveburyInglaterra, que ocorreu durante o Beltane de 2005.
     Este sistema de ensino superior em três níveis que seguem a iniciação é em grande medida exclusiva da BTW, embora algumas tradições se baseiem nela. Alguns wiccanos solitários também realizam rituais de iniciação a si mesmo, dedicando-se a se tornarem um wiccano. O primeiro deles a ser publicado foi em Mastering Witchcraft (1970) de Paul Huson, que envolvia a recitação do Pai Nosso de trás para frente como um símbolo de rebeldia contra a histórica  Caça às Bruxas. Posteriormente, de forma mais abrangente os rituais de auto-iniciação pagãos foram publicados em livros por wiccanos solitários como Doreen ValienteScott Cunningham e Silver Ravenwolf.
     O handfasting também é uma outra celebração dos wiccanos, e é um termo usado para os casamentos. Alguns wiccanos observam a prática da união experimental por um ano e um dia. A promessa de casamento na Wicca é "por quanto tempo durar o amor", em vez da tradicional cristã "até que a morte nos separe". O primeiro casamento wiccano aconteceu em 1960 no Bricket Wood coven, entre o bruxo Frederic Lamond e sua primeira esposa, Gillian.
     As crianças, por sua vez, que são criadas por famílias wiccanas, recebem o Wiccaning, que é análogo ao batizado cristão. Sua proposta é apresentar a criança ao Deus e à Deusa para proteção. Apesar disso, de acordo com o livre arbítrio pregado pelos wiccanos, a criança não deve ser obrigada a ser adepta da Wicca ou simplesmente aderir outras formas de paganismo por simples vontade dos adultos.

Livro das Sombras

     Ao contrário da Bíblia e do Qur'an, a Wicca não possui um texto sagrado, embora existam algumas escrituras e textos que várias tradições diferentes suportam como importante e influente para suas crenças e práticas. Gerald Gardner usava um livro contendo diversos textos em seus covens, chamado de Livro das Sombras, que ele usualmente adaptava. No Livro das Sombras, há textos retirados de várias fontes, incluindo o Evangelho das Bruxas (1899) de Charles G. Leland e obras do ocultista Aleister Crowley, que Gardner conheceu pessoalmente. Além disso, o Livro traz poesias escritas por Gardner e sua Alta Sacerdotisa Doreen Valiente, sendo o mais famoso "Carga da Deusa".
     Hoje em dia, os adeptos de muitas tradições não-BTW adotaram também o conceito de Livro das Sombras, com muitos solitários mantendo suas próprias versões, feitiços, práticas, por vezes com material retirado da publicação do Livro das Sombras gardneriana. Em outras tradições, no entanto, as práticas nunca são escritas em livro ou papel algum, significando que para elas não há necessidade de um Livro das Sombras. Semelhante ao uso de grimórios na magia cerimonial, o Livro contém instruções de como realizar rituais e feitiços, como também poesia religiosa e cantos como o Eko Eko Azarak a serem usados durante os rituais do mago. A verdadeira intenção de Gardner era que cada cópia do Livro fosse diferente, porque o aluno teria uma cópia próprio da que fosse de seus iniciadores, mas entre muitos adeptos do Gardnerianismo, especialmente nos Estados Unidos, todas as cópias são mantidas idênticas à versão que a Sacerdotisa Monique Wilson copiou de Gardner, sem alterar nada. O Livro das Sombras foi originalmente concebido para ser mantido em segredo aos não-iniciados na BTW, mas partes do livro foram publicadas por autores como Charles Cardell, Lady ShebaJanet Farrar e Stewart Farrar.

Símbolos

     Da mesma forma, muitas pessoas acusam a Wicca de ser anticristã, uma afirmação contestada por wiccanos como Doreen Valiente que escreveu que, embora conheça muitos adeptos da Wicca admiradores de Jesus Cristo, "as bruxas têm pouco respeito pelas doutrinas das igrejas, por as considerarem como um monte de dogmas feito pelos homens."
     De acordo com a história da Wicca dada por Gerald Gardner, a Wicca é uma religião sobrevivente do Culto Bruxo que ocorreu na Europa, e que foi largamente perseguido durante o que os historiadores denominam de "Caça às bruxas", porque verenciavam um deus cornífero, mas não o Diabo. Modernas investigações acadêmicas revelaram, no entanto, que tais perseguições foram substancialmente menores do que as indicadas por Gardner, e raramente a mando de autoridades religiosas. As teorias de um culto bruxo europeu organizado, bem como julgamentos de bruxas em massa, também têm sido amplamente desconsideradas por alguns acadêmicos, mas ainda assim os wiccanos sentem solidariedades com as vítimas das perseguições de bruxas durante a Idade Média e o Renascimento.
     A Wicca surge na Inglaterra, país predominantemente cristão, e desde seu início sofreu preconceito de alguns grupos de outras religiões e de tabloides populares como o News of the World. Esse tipo de preconceito continua nos dias de hoje, com alguns cristãos dizendo que a Wicca é uma forma de Satanismo, apesar de existir uma grande diferença entre as duas religiões. Os wiccanos, por exemplo, não creem em Lúcifer ou em Satã, tampouco na vinda de um deles à Terra. Devido à conotação negativa associada à Bruxaria moderna, muitos wiccanos mantém suas práticas em sigilo, ocultando sua fé por medo de perseguição. Por conta disso existe a brincadeira entre wiccanos de "sair do armário de vassouras", ou seja, revelar-se socialmente que se é wiccano. Outro preconceito, menos inofensivo, em relação à religião da Wicca, é dizê-la como uma ramificação do movimento New Age, alegação que é fortemente negada pela maioria dos wiccanos e também por historiadores como Ronald Hutton, que observou que a Wicca não só antecede o movimento de Nova Era como também difere marcadamente de sua filosofia geral.
     A magia conhecida como Wicca surgiu entre os povos da Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Itália e França. Essa religião se refere a todas as manifestações de origem pagã. A palavra Wicca vem do saxão witch ou do inglês arcaico wicce, que significa girar, moldar ou dobrar. Alguns estudiosos afirmam que esta palavra vem da raiz germânica wit que significa saber. Para entender a magia Wicca é preciso conhecer um pouco da cultura Celta, sua raiz mais profunda. Essa cultura foi uma das mais importantes que predominaram há milhares de anos em Roma, tendo surgido na Europa Central no II milênio antes da era comum (AEC). Entre os séculos III e V daquela era, espalharam-se por toda Europa, chegando à Turquia e Ásia Menor. O povo Celta, ao chegar na Europa, trouxe suas crenças, que ao se misturarem às crenças da população local, deram início às práticas wiccanianas. É claro que a bruxaria é anterior aos Celtas , mas eles mantiveram a tradição Wicca. 
     A religião dos Celtas (existentes em algumas partes do mundo) era e ainda é o Druidismo, uma religião politeísta, e seus ritos eram sempre realizados ao ar livre. Para eles, este contato com a natureza permitia uma maior aproximação com os deuses e divindades. As principais eram: a Grande Deusa Mãe e o Deus Cornífero, chamados de Ceridwen e Cernunos, respectivamente. A Grande Deusa Mãe é a natureza em todas as suas manifestações, a fecundação e a criação, mãe do Deus Cornífero que representa a fertilização. 
     Os druidas cultuavam agricultura, a cura com ervas e a caça. Realizavam festas ritualísticas em homenagem às divindades, e iniciavam as pessoas na arte da Magia que era ensinada oralmente. Apesar da classe sacerdotal ser dividida entre homens e mulheres, a sociedade era matriarcal. As druidesas eram divididas em classes: a primeira vivia enclausurada. As outras classes podiam se casar e participavam de rituais sagrados. O tempo foi passando e os deuses ficaram apenas na história representados por estátuas encontradas em diversas partes do mundo, como a do Deus Cornífero achada na Suécia.  Agora com a chegada do século XXI, todos estes conceitos estão retornando e ressurge em todo mundo as crenças e o poder da magia dos antigos celtas. A bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase 2000 anos de exclusão e desaparecimento ressurgiu com o nome de Wicca. Esta religião, depois de se popularizar na Europa e América do Norte, nos últimos dois anos vem ganhando grande número de adeptos no Brasil e nas demais partes do mundo.

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